creio que por aqui nunca disse que tenho uma cadela da raça Lavrador, chamada Beatriz, ou Bia, como ela prefere. Uma autêntica brincalhona, que dorme com um urso de peluche (que vai roendo e eu tenho de trocar, senão ela chora), super mimalha, muito protectora das pessoas que gosta e muito grande e gorda. Ela tem um monte de características que nunca vi em nenhum cão ou cadela: adora feijões, pão, odeia que lhe façam festas no focinho, come gelados e iogurtes, gomas, rebuçados, corre que nem um cavalo e destroí jardins em questão de segundos. Bem, esta semana, tive uma má notícia: ela tem dermatite, uma doença crónica (ou seja, sem cura) que lhe provoca manchas pretas no corpo (e ela como é de pelo muito claro, nota-se bastante), peladas e inchaço nos ouvidos. O veterenário, contudo, disse que a doença até podia regredir e deu-lhe três injecções, que lhe fizeram muito bem e ela recuperou imenso. O problema são mesmo as feridas, que teimam em aparecer, para meu grande desgosto. Fala-se em minha casa em abater o animal, pois ela vai sempre sofrer com dores. E eu, como reago? Mal. Eu não quero que ela sofra, ela, a minha companheira de dez anos...mas também não imagino o meu dia-a-dia sem a ver e a correr atrás de mim, com aquela alegria e tolice que ela têm e eu adoro. Estou, oficialmente, de rastos. Mas tenho esperança que a doença regrida e ela passe a ser aquela Bia de sempre, com a energia e amor que ela tanto me dá e eu retríbuo, todos os dias da minha e da sua vida.